terça-feira, 29 de junho de 2010

Corra e olha o céu pela janela.

Olha quem está lá olhando o lugar de ontem. Ela vê o que está a frente e pensa em quem está longe. Ela procura um lugar comum, um passado reconfortante. Está tão triste que de costas me mostra o que eu não quero saber. O pensamento dela é único, ela não consegue esquecer. Se eu tivesse uma chance, uma forma de avisar. Era só ela virar de costas, sempre estive a lhe esperar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Meu aniversário

Como eu não gosto de bolo, velinhas e muito menos o famoso parabéns `a você, o meu aniversário é uma interpretação livre do dia que eu decido que outro ano começou pra mim. Em setembro, apesar de ser o mês que eu mais gosto (tem flores saindo, o clima é de friozinho com sol, e tudo parece mais bonito), geralmente eu não curto o dia da minha festa, dizem que é o tal do inferno astral, que eu, particularmente, não acredito muito. Hoje parece o dia do meu aniversário. Quando você é lembrada por pessoas queridas, recebe ligações inesperadas, palavras de carinho, e até um te amo, assim de repente. Dia que você come o que mais gosta, ouve a música que te faz bem e tem esperança de grandes projetos novos. Parece muito o dia do meu aniversário. Surpresas do bem que preenchem o dia. Então tá bom, já entendi. Mais um ano começou pra mim.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sentir o que se sente




Que besteira tentar explicar e encontrar motivos para os sentimentos. O que se sente é tão diferente do que se é. O que se é sempre é o que se sente, mas o contrário nem sempre é verdade. Tentar entender dor, falta, vontade de nada, coberto na cara, telefone desligado, só um pãozinho, programa da tarde na tv, dormir até tarde. Não dá para querer mudar por que se sabe que é certo ou querer mudar se sente que não é agora. Só querer não é suficiente, só acreditar não basta, só lutar não vence. Render-se não é sinal de fraqueza. Render-se é um momento de pausa para se sentir o sentimento, entender o que se passou e seguir querendo, acreditando, lutando. Se deixar sentir todo dia um pouquinho do cada dia, não precisa parar para sentir tudo de uma vez.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Minha Geladeira

Minha geladeira não tem lâmpanda e o escuro só sai com a luz de fora

Não falta cerveja gelada para alegria

o vinho pra esquecer do dia

E a aguá pra ressaca da noite passada

Esta sobrando cerveja e faltando água

Minha geladeira fazia barulho pra funcionar direito

E eu já tinha me acostumado a dormir com o ronco do motor

Dizem que consertaram minha geladeira,

mas não consigo mais dormir com o silêncio da arrumação

Dizem que um dia passa, mas falta música vinda da minha cozinha

Minha geladeira está parecendo meu fogão

O meu fogão não me esquenta fica perto da lavanderia

Só sai sopa fria e omelete murcha

Meu sufle não cresce quando você vem

meu fogão não me dá conforto

ele é mudo e só sai fogo

Nada nele traz alegria ou cura ressaca

E o único barulho que sai é quando o gás xia

Quero vida na minha casa

Barulho na minha vida

Minha geladeira é velha e faz barulho

Mas é nela que encontro moradia.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vermelhou!

Mudei as cores da parede para um vermelho que não é paixão

Um vermelho que não é sangue, não é dor, não é amor, não é nada que você tem.

é um vermelho meio Frida, ou de algum filme de Almodovar, tá mais escuro porque aqui é assim, nem sempre é alegria o dia todo. Mas o vermelho não é pra você, por você, não é seu. é um vermelho de tudo que eu gosto, aquelas coisas que você nunca entendeu.