quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Brincar de gangorra

Já brincou de gangorra? E de balanço? Tem também o trepa-trepa. Adorava brincar nos três. Nunca percebi que todos tem uma coisa em comum. Eles sobem e desce. A diferença é o tempo que cada um leva e a dependência de cada um em se brincar só ou acompanhado. Nunca percebi também que eu brincaria disso pra sempre. No trepa-trepa o tempo é todo seu. O seu esforço é o que determina quanto tempo você levará para chegar no último ferro do brinquedo e quanto tempo você levará para descer e brincar de outra coisa ou começar tudo de novo. O balanço você brinca só e decide quando parar, mas não consegue definir quando estará lá no alto ou bem perto do chão, mas de qualquer forma tem o conforto de saber que pode parar quando se cansar e dar um mergulho na piscina. Agora a gangorra. Era a que eu mais gostava e hoje em dia ela me persegue. Me faz gostar e odiar. Você nunca pode brincar sozinho, o que é muito legal por que você sempre tem com quem dividir. Dividir o esforço e o sobe e desce. Mas por outro lado, você é totalmente dependente do outro. Se o outro decide parar, você cai. Na gangorra a hora que você acha que vai estar em cima, o outro decide que é hora de você descer. Na gangorra os planos não servem de nada se não forem compartilhados. O que você decide sempre depende do outro ou de outro. De outro fator que invariavelmente você não pode controlar. Esse brinquedo nos faz entender que não adianta planejar muito e viver para os planos por que se alguém decide sair da gangorra o plano acaba.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Esqueci pra lembrar

Ás vezes nos esquecemos do que sempre acreditamos. Esquecemos de seguir nossos instintos, esquecemos de olhar, sorrir, cantar, dançar e depois dizer. Saímos julgando por que o outro julgou. Nessa hora nos esquecemos que estamos perdendo oportunidades. Talvez as melhores. Esquecemos que perdemos, pura e simplesmente perdemos. O bom é quando a vida dá conta do recado e nos faz lembrar. E se a oportunidade está lá, é hora de agarrar com força e curtir. Dançar, cantar, sorrir e dizer. Dizer o que quiser dizer. Por que? Por que agora se pode.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Voltando ao prumo!!!

Me vendaram os olhos com aqueles óculos de natação pintados de preto para brincadeira de tatear. Me deixaram no escuro. Me fizeram parar de lembrar. Me criaram uma nova forma de dizer. Me fizeram diferente. Me confundiram tudo. Me disseram que sim quando era não. Que não quando era sim. Disseram certo querendo dizer errado. Me fizeram tudo por que eu fiz tudo. Agora a tinta está desgastando e começo enxergar manchas. A luz começa a aparecer. A memória já não é objeto raro. As palavras voltam a ser velhas conhecidas. A diferença já são outras coisas. A confusão é minha mesma. O sim quer virar sim. O não agora é entendido. O certo e o errado continuam o mesmo, mas eu não quero fazer mais.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O bom é que sejamos todos burros.

Estamos cansados de saber que não é bom pra "ninguém" o saber. Quando se sabe se indigna, quando se sabe se revolta, quando se sabe não se conforma. Mais o problema maior é quando se sabe. Quando se sabe, se contesta, quando se sabe protesta, quando se sabe briga. Isso não é bom. Quando é sentimento todo mundo sabe. Todo mundo sabe que é errado quando o negócio é com a família. Agora quando é dinheiro ninguém sabe. A gente acha que sabe. mas só sabe quando se tem dinheiro. E isso, quase ninguém tem. Todos sabem brigar, protestar e contestar o sentimento, mas ninguém sabe fazer isso com o dinheiro. Como exigir que façam o mesmo que fizeram quando era a família, se ninguém sabe essa história toda de dinheiro. Ninguém entendeu. E aí? O que acontece? Hoje, dia 14 de agosto de 2008, a família está presa, e deveria mesmo estar, mas o dinheiro está solto e ninguém sabe. E quem sabe, finge que não sabe.


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

As grades nao me prendem mais. Vejo além delas...



by Elisa de Paula

Fome de tudo!

Vontade de tudo. Um pouco de cada. Esse, aquele o outro. Vontade de conhecer o outro lado da rua. De mudar de endereço sem se preocupar para onde vai a correspondência. De descer as escadas do prédio e subir de elevador. De não saber o sobrenome e gostar dos antepassados. De gritar sem motivo e colher o que tiver de colher. De ser qualquer coisa que topar na frente. De ser, sem saber quem.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Emprestem-me a esperança de continuar

Emprestem-me uma roda de fazer girar tudo bem rápido. Está inerte demais. Pendente demais. Está no modo de espera. Esperando girar. Mas o movimento está quadrado e cada volta leva cinco para serem completadas. Emprestem-me uma máquina de parar o tempo enquanto eu estou com a roda de girar bem rápido nas mãos. Emprestem-me mãos que saibam mexer na roda e aproveitar cada volta dada. Emprestem-me um cronômetro que me diga o tempo exato de parar e a hora certa de recomeçar. Emprestem-me rápido qualquer brinquedo que eu saiba brincar e que não enferruje com facilidade. Tem que ser agora, emprestem-me qualquer coisa que me de esperança e me faça ficar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Virando Ladrão

Mais um roubo pela ocasião.

Apesar de você - Chico Buarque

Amanhã vai ser outro dia// Hoje você é quem manda//Falou, tá falado//Não tem discussão, não. A minha gente hoje anda//Falando de lado e olhando pro chão. Viu? Você que inventou esse estado// Inventou de inventar //Toda escuridão //Você que inventou o pecado//Esqueceu-se de inventar o perdão. Apesar de você amanhã há de ser outro día. Eu pergunto a você onde vai se esconder// Da enorme euforía? Cómo vai proibir //Quando o galo insistir em cantar?Água nova brotando //E a gente se amando sem parar. Quando chegar o momento //Esse meu sofrimentoVou cobrar com juros. Juro!Todo esse amor reprimido,Esse grito contido,Esse samba no escuro.Você que inventou a tristeza//Agora tenha a finezade “desinventar”.Você vai pagar, e é dobrado,Cada lágrima roladaNesse meu penar. Apesar de vocêAmanhã há de ser outro día.Ainda pago pra verO jardim florescer Qual você não quería.Você vai se amargarVendo o día raiar Sem lhe pedir licença.E eu vou morrer de rirE esse día há de virantes do que você pensa.Apesar de você Apesar de você Amanhã há de ser outro día.Você vai ter que verA manhã renascer E esbanjar poesía.Cómo vai se explicar Vendo o céu clarear, de repente,Impunemente? Cómo vai abafar Nosso coro a cantar,Na sua frente.Apesar de você Apesar de você Amanhã há de ser outro día. Você vai se dar mal, etecétera e tal,

Inteiro. Nada pela metade

Eu quero alguém que também quer. Eu quero alguém que saiba o que quer e não tem medo de querer. Eu quero alguém que quer e sabe fazer para ter. Eu quero não querer o que eu quero e quero querer quem quer. Eu quero ser cada dia um ser e quero alguém que seja o que quer. Chega de querer pelo outro. Chega de querer quem não quer. Interio. Nada pela metade

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Na hora certa!

O texto não é meu, é de Jabor, mas se a ocasião faz o ladrão, estou pronta para roubar.

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah,terminei o namoro...'
- 'Nossa,quanto tempo?'
- 'Cinco anos...Mas não deu certo...acabou'
- ?É, não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível. Tudo nós não temos. Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele. Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona... Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...senão bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa. Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar. Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?

Arnaldo Jabor

Não deve, mas...

Você sabe que não deve. Você sabe que não é certo. Você sabe que vai ser bom e depois muito ruim. Você sabe tudo, mas. Sempre o “mas”. Tem que ter o “mas” para ter graça, mas sem ele seria mais fácil. Mais fácil é melhor? Não sei. Geralmente nada é fácil. Mas por que vem tudo no tempo errado? Os fusos estão com horas de atraso. Temos que equipar tudo na linha do equador. Temos que deixar o “mas” para amanhã por hoje. Pode ser que ninguém queira deixar o “mas” para amanhã e viver sem ele hoje, mas aí, será tarde amanhã.