segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Substituam a ficha pelo cartão!

E quando a gente não consegue explicar nem entender? Por que de repente o que estava bom fica ruim quando tudo parece estar ficando melhor? Sabe quando um amigo morre e você demora a chorar? Quando você recebe notícia ruim e demora a entender? Será que é a tal da ficha? Quando meu orelhão vai aceitar cartão? Eu quero um celular de chip. Não aguento mais a máquina de datilografia. Alguém tem um PC mais moderninho para emprestar? Vai entender. Se eu não sei nem como se usa o telefone sem fio, como posso querer ter iphone para mexer? Eu acho melhor é tirar um dia em céu aberto sem rede wireless para correr o risco de se corromper. É, mas as vezes o melhor é se apegar ao que se tem certeza.Muitas vezes o risco fadiga e temos que recorrer a comida caseira da mamãe. Nasce mesmo da lama. No começo pode vir estranha, mas no fim surprende pela força e beleza. Não qualquer beleza, uma especial. Torço para que venha logo. O constante as vezes é bom e aí a maquina de datilografar é melhor. Ela não depende de uma rede, de eletricidade, da boa vontade dos hackers. Você troca a fita e continua. A determinação é sua. Só depedende do esforço próprio. Cansa, mas no fim dá certo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Quando o que valeu a pena é reconhecido



Foto by: Allan dos Reis



No final o melhor não é o quanto pagam e sim o quanto vale. "Quanto vale ou é por quilo?". Com certeza tivemos a prova de que não é por quilo e vale muito.
O reconhecimento das palavras. O reconhecimento de quem não tinha o menor compromisso em reconhecer. O reconhecimento de que somos aquilo o que fazemos.
Valeu o quilo. Valeram todos os quilos que foram carregados. O reconhecimento é somente um incentivo para prosseguir em um caminho reconhecido como o certo.
È muito bom saber que o que se gosta é também o que se sabe.
Assim, simples. Assim, complicado. Assim, inocente. Assim, responsável. Assim, objetivo. Assim, reflexivo. Assim, o primeiro de muitos.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

A foto pela foto!


Foto by: Elisa de Paula
Por que quando não precisamos dizer nada é só olhar e ver. Por que o sorriso está onde menos imaginamos. Por que saber que o sorriso não está no inesperado nos faz buscar um sorriso melhor sempre. Por que a inocência não é qualidade só das crianças. Por que a vida é cheia de surpresas. Por que uma janela esconde muito mais do que podemos imaginar. Por que de madeira frágil se constrói uma fortaleza. Por que a força é eminente a quem luta. Por que quem luta é quem mais precisa. Por que quem precisa sabe dar valor. Por que quem dá valor sorri e brinca com a alegria e a dor de ser o que se é.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Em cada rosto!


Foto by: Elisa de Paula
Se em cada rosto está um pouco de tudo que cada um fez. Se em cada rosto está tudo do pouco e do muito que cada um é. Se em cada rosto encontramos as certezas e as verdades. As mentiras e as dúvidas. Se em cada rosto tem dor, tem amor, tem choro, tem riso, tem raiva. Se cada rosto é um rosto, mas se em todos eles encontramos as mesmas coisas, quais são as diferenças? Que dentes ou barbas, espinhas ou rugas que diferenciam cada rosto? Se cada rosto é só um esboço do que somos para que cada rosto. E se cada esboço é único para isso cada rosto. E a beleza continua em cada rosto.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Para onde olham os meus pés?



Foto by: Elisa de Paula

Onde estão os olhos e onde estão os pés? Para onde olho, não enxergo os pés. E porque meus pés não alcançam o que eu vejo? Queria pés e olhos juntos. Olhando assim, as flores. Por trás delas o mar. E por trás dos pés a rede a balançar. Queria uma certeza de um mês a cada mês. E não a esperança de um dia a cada dia. Queria a calma de um dia de praia e alegria das coisas simples. Queria agora o mais simples. Parece que todos os meus caminhos estão guiando meus pés para o singelo, simples, descomplicado. Mas por que esse caminho é o mais difícil de alcançar? Não importa. Temos que continuar.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Que brilhe!


Foto by: Elisa de Paula
E não é que é assim. As luzes voltam a brilhar de repente e devagar, sem mais nem menos, sem explicação. E logo tudo vai clarear.
E será que é um recado dizendo: contrarie o que é dito pela maioria, acredite.
Acreditar. Dar crédito à. De quem é o crédito? Pouco me importa. Nesse caso o resultado é muito mais. E o brilho de uma lâmpada faz reaquecer e reacreditar. Muito bom quando volta a brilhar. Assim, rápido como luzes no natal. A escuridão já deixou suas marcas, mas a luz veio iluminar.
Que ilumine, brilhe e não deixe se apagar. Mesmo sabendo que um dia, sempre, um dia a luz há de terminar.Mas por hoje, ela volta a brilhar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Agradecimento a família Silva





foto by: Elisa de Paula


Hoje! Dia 13/10/2007. Não há mais prazos, é hoje. Assim simples como o rosto de todos eles. Mães, pai e filhos inocentes cada um na sua pureza. Hoje eles transformam-se em personagens não só do A Vida Volta, mas de nossas vidas. Eles nos ajudam a encerrar um novo começo. Nos ajudaram a saber o que vamos ser quando crescer, e eles mesmos ainda não sabem oque serão. Serão bons, educados, honestos e felizes. Foi isso que nos mostraram durante toda trajetória. Nos dispiram de nossos preconceitos e nos fizeram entender que a felicidade está no olhos de quem vê. Não adianta buscar tristeza em um sorriso de criança. Hoje! Assim como eles viveram durante muito tempo, somente por hoje, hoje o alívio invade, a esperança chega e a ansiedade bate. Mas, por hoje, o trabalho está encerrado.


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Não sei nem como começar o texto

Não sei nem como começar o texto. È porque eu não sei mesmo de nada e isso ás vezes dá um frio no estômago. Sei das coisas concretas. Em breve estarei formada, jornalista, logo também falarei outra língua, espanhol. Sei um pouco de inglês, não o suficiente, e alguma coisa de fotografia, falta muita técnica. Sei que não tenho emprego, ah já vai fazer um ano e um pouco é por não saber o que eu quero.
Bem chegamos em um ponto que eu sei bem o que eu quero, será que isso não é suficiente? Sei que quero ir ao Chile fazer trabalho voluntário, por que não no Brasil? Um pouco de egoísmo. Quero também estudar cinema em Cuba, essa é uma certeza que está me empolgando e preocupando tanto. Sei também que quero completar o curso de inglês e depois iniciar o de francês, sim quero falar quatro línguas, mas para que? Ah isso eu não sei. Quero muito conhecer o máximo de lugares, pessoas e culturas possíveis. Ah ler, quero muito e ver bons filmes também, espero que muitos nacionais. Quero escrever mais, isso só depende de mim, outra coisa que só depende de mim e quero é melhorar minha saúde. Aliás, será que tudo isso que eu quero não depende só de mim? Isso é uma coisa que as vezes eu não sei.
Sei que eu quero viajar e que quando eu estiver viajando vou sentir falta de muita gente. Sei que três anos em Cuba, com estudo em período integral, vai mudar todas as minhas relações e vai me fazer eternamente feliz e muitas vezes triste.
Ah, sei também de uma coisa importante. Sei das pessoas que realmente me amam. E essa é uma certeza que eu tenho e sei que isso me faz ser confiante em tantas coisas. Aliás, eu sei que sou confiante.
Então porque esse frio no estômago e achar que nada sei, sendo que até agora tudo que escrevi são sobre coisas que sei?
È porque não sei onde vou trabalhar, ou com o que eu vou trabalhar. Não sei o que vou ser quando crescer sabe? Não sei onde vou viver, se vou ter uma casa, um marido, filhos, emprego, estabilidade.Eu acho que o frio no estômago é porque tudo que eu acho que sei é sobre a minha preparação para o futuro, mas do futuro eu nada sei. Ah, eu acho que essa é a graça. E na verdade o frio no estômago é o que nos move.

Não sei




E é aí que eu percebi que nada sei. Em qual ponto foi que eu achei que soube de alguma coisa? Se soubesse antes que nada é tudo que sei, será que já poderia saber de algo? E eu não sei nada para quem? Para mim, assim pensei. Mas e ele? Ele não me importa o que ele sabe. Então porque é importante eu saber o que já se sabe e concluir então que nada sei? Bom tem gente que eu sei que sabe, mas eles sabem que sabem? E será que alguém acha que eu sei? Não sei. E assim eu sigo sem saber.

Foto by: Elisa de Paula

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Novos caminhos


Fotoby: Elisa de Paula
Por quais caminhos a vida vai me levar? Se for por esses eu sei que seri eternamente feliz.

Democracia e liberdade: direito conquistado pelo bolso

Hoje eu me fantasiei de Columbina só para pular com o Pierrot e o Alecrim.
Cansei de ser menina e vesti bermuda, bombeta, moletom e havaianas e fui fazer festa com balas de festim.
Com ar de intelectual, boina e bolsa de cizal fui ao Louvre comemorar ano novo e natal.
Subi o morro com mini-saia e sem calcinha. Fui no baile e me acabei ao som do MC Rocinha.
Sambei a vera na segunda à noite. Em Santo Amaro, regada de Brahma gelada, ouvi o som apagar a vela.
Pulei carnaval em Salvador, desfilei pela Mangueira e com chocolate e lareira em Campos do Jordão fugi do calor.
Fui mocinha e rebelde, praieira e punk red. Ouvi Caetano e João Gilberto e fiz festa ao céu aberto. Tomei chopp na Paulista e ouvi rap em São Miguel Paulista. Comi pastel no Pacaembu, no Braz experimentei Caruaru e no D.O.M salmão com espuma de angu.
Fiz pagode na Vila Olímpia, sushi no Itaim. Na Zepa bati perna e na Rosa Chá comprei minhas chinelas.
Mas hoje é segunda-feira e estou cansada. Vou pegar meu Corolla e encher de aditivada. Na FAAP estudar cinema e entender de arte, porque no fim de semana tem mais balada.
Por que você não vem comigo na semana que vem?

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Nem a pressão!

E nem a pressão faz enxergar. Com câmera, vídeo e monitor. Olhos, bocas, orientador. Com exigências, calénários e prazos. Nem assim. Mesmo assim. O problema não é o tempo. È o interesse, a dedicação, a devoção a importância.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Olhar de que?

Foto By Elisa de Paula

E cada um olha para o que pode e não para o que quer. Quem olha para o que quer esquece que pode olhar para o que quiser e não olha para nada.

Então, apenas diga!

Diga, abra a boca e deixa que saía. Qualquer coisa. Deixa que caía. Não meça suas palavras e não se preocupe com o que elas podem causar. Apenas diga. Não me deixe aqui falando. Não me deixe aqui calada. Não me deixe esperando uma palavra desejada.
Apenas diga. Nem que você não saiba. Invente qualquer coisa e diga que tem uma nova pessoa amada.
Diga que sabe o que faz, mesmo se não souber nem quem é. Apenas diga que sabe quem é, mesmo que não faça a menor idéia do que faz. Fale qualquer coisa.
Diga que não sabe quando souber de tudo e que sabe quando nada souber. Diga que eu fui importante. Diga que nada importou. Diga que nunca me amou. Diga que não tive o menor valor.
Apenas diga. Não importa o que seja. Diga que agora tem quem realmente deseja. Diga que é feliz mesmo se for um miserável. Diga que não gosta dele e gosta dela. Diga que é de direita e que ouve Djavan. Diga que se embala com o som brega lendo García Marques. Diga que tatuagens estão por fora e que gosta é de flanela. Diga que TV é o máximo e cinema é o fiasco. Diga que minha profissão é um lixo e que a sua é que importa. Diga que nunca vou conseguir mudar nada.
Mas por favor, apenas diga. Não me deixe aqui calada. Não me deixe desesperada no silêncio. Não me faça acreditar que só eu digo. Pode até gritar que eu não sei de nada. Mas diga e rompa com essa cidade acalantada.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Se você me ajudar eu te dou!

Criaram uma regra aqui em casa que não poderia ser descumprida. Meu pai disse que ninguém poderia ficar acordado depois das 22:00 do dia 24 de dezembro se não o Papai Noel, esperado o ano todo, não viria.
Mas nem precisou de esforço para a regra ser estabelecida e cumprida. Para garantir que tudo daria certo, as 20:00 horas eu e meus irmãos já estávamos dormindo. Não teve nem graça, foi a regra mais fácil já imposta. Ganhar presentes era muito melhor do que dormir depois das 22:00.
Depois veio uma história que toda vez que comêssemos todo o prato, com cenoura, repolho e tudo mais, ganharíamos um chocolate de sobremesa. Cenoura nem é tão ruim assim. O que custava comer tudo? Pronto. Nem um prato vazio e muito chocolate para nós.
Teve também a fada do dente que dava uma moeda em troca do dentinho. Ninguém nem reclamava quando perdia o dente. Ficava é contente. Algum iria entrar.
Mais tarde se tirássemos boa nota ganhávamos mesadas. Se passássemos no colégio poderíamos viajar. Se entrássemos na faculdade ganharíamos um carro.
Foram tantos se, e tantas regras. Que se criou um manual de normas da família.
Agora eu tenho minha casa e veja só. Eles querem que eu os visite uma vez por semana. Mas, se eu não visitar não acontece nada. No começo toda semana eu fazia a visita, com pontualidade britânica. Talvez fosse o medo de não ganhar alguma coisa. Essa regra deveria valer no manual de normas. Mas, realmente, o tempo passava e nada acontecia. O tempo foi passando e as visitas eram cada vez mais raras.
Um belo dia meu pai, com um ar autoritário, muito nervoso veio fazer a reclamação. Por coincidência era um almoço de domingo com todos os meus irmãos presentes. Ele nos indagou por que ninguém o visitava. Alegava que o combinado era uma vez por semana. O que estava acontecendo?
Minha sobrinha, sim já estávamos almoçando com a terceira geração da família graças a minha irmã, com a inteligência de seus 3 anos de idade perguntou: Vovô mas o que a gente ganha se vier aqui?
Meu pai se calou e continuou almoçando. Agora ele fica muito feliz quando aparecêssemos lá nas visitas mensais.

sábado, 20 de outubro de 2007

Por que ninguém fede?

Senti um cheiro estranho, um odor desagradável um fedo mesmo. Olhei para os lados para ver se descobria de onde exalava esse cheiro que estava incomodando. De repente entendi que não deveria procurar de onde, mas de quem. Logo percebi que estava com o braço levantado. Pronto o mau odor era meu.
Apesar das pessoas a minha volta sentirem o cheiro e olharem diferente para mim, ninguém reclamou. Todos continuaram fazendo o que tinham para fazer mantendo-se com o máximo de distância possível, evitando o desconforto que o fedo lhes causava.
Continuei o meu caminho com o braço levantado e agora queria entender porque ao invés de um grito de desespero com o incomodo e o fedo que eu estava causando, todos preferiram se afastar. Irritada com a situação comecei a me aproximar daqueles que mais se distanciavam e segui-los para ver o quanto agüentariam.
Pensei que seria por pouco tempo. Estava muito enganada. Um dia inteiro e nada. Alguma coisa eu estava fazendo errado. No dia seguinte, dessa vez sem banho, sai novamente com o braço levantado e decidi focar o meu esforço. Elegi um alvo. Pronto. Aquela seria minha “vítima” por todo o dia. Como será que depois de um dia inteiro de fedo ela reagiria. Para meu desespero não houve reação.
No dia seguinte, no entanto, o meu caso de experimento não retornou. Descobri que decidiu mudar para não ter que conviver comigo. Alguma coisa eu estava fazendo errado. Como um cheiro tão desagradável não causava nenhuma revolta.
Agora a causa estava comprada. Ficaria sem banho e com o dois braços levantados até alguém reclamar. E não qualquer reclamaçãozinha não.Queria uma briga. Briga feia. Se apanhasse não teria o menor problema, acho até que gostaria. Sinal de que há vida por trás daqueles que fogem do meu fedo.
Por muitos dias consegui alguns tipos de reação. A maioria das pessoas se afastou. Preferiram manter-se longe a reclamar do meu fedo. Outros ousaram pedir para eu tomar um banho sem mesmo perguntar por que eu não o tinha feito até então. Ninguém se juntou a minha causa. Sim agora já era uma causa.
Passei então, a ganhar muitos perfumes, caros inclusive, e receitas de desodorante. Queriam disfarçar o cheiro forte, nessa altura já incomodava muito, que saia de mim. Mas eu não aceitava nenhum. Comecei a perder um monte de “amigos”. Minha presença não alegrava mais. Era pesada. Causava um desconforto.
Um dia, triste, mas com os dois braços levantados, peguei o metrô para o centro. Cheio. Ali, onde muitos braços têm de ficar levantados, por outro motivo, mas ainda sim levantados, poderia me misturar e não ser um fedo para sociedade por um instante. Não, agora o mau cheiro estava incorporado em mim, fazia parte do que eu era. E na verdade eu gostava disso e muito. O que me deixava irritada era que apesar do incomodo ninguém fazia nada para cessar o fedo. E se todos ali de braços levantados estivessem fedendo? Será que assim iriam resolver o problema desse odor tão desagradável? Será que incomodaria alguém capaz de mudar a situação? Por quanto tempo agüentariam um monte de fedorentos desfilando com os braços levantados pelas ruas? Acho que todos deveriam feder um pouco mais ou muito mais, com os dois braços levantados para ver o que aconteceria. Mudaria alguma coisa?