quinta-feira, 15 de julho de 2010

Bar solidão!



Em qualquer lugar, quando menos espero ela parece. Vêm sem pedir licença, muitas vezes sorrateira, mas quase sempre avassaladora. Não dá chance pra me prevenir e não escolhe nenhum lugar. Não escolhe definição e motivo prévio. Qualquer oportunidade ela agarra pra se aconchegar. Fica horas, dias, meses, como visita indesejada que não quer ir embora nem com vassoura atrás da porta. Ela é sínica e tranparente. Me deixa ver e entender todas suas razões, mas não deixa uma brecha pra eu solucionar. Talvez seja apenas translúcida, e essa transparência é um sopro de ilusão para se agarrar. Muito inteligente ela faz caminhos antes não visitados e para escapar dela é bom ser gênio em labirinto. Mas me pegar aqui, enquanto a música toca, a moça me olha, o casal se beija, o garoto tenta, as luzes estão baixas, e a intenção nem é minha? No bar? No bar não! Me deixa! Espera chegar em casa de meia com chinelos. Adia um pouco essa visita. Eu juro que é só o tempo de chegar em casa, lá você pode morar, mas aqui me deixa viver um pouco e rir da felicidade alheia.

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