quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O laço e o óculos

- O que adianta eu me arrumar do jeito que você gosta se alguma coisa sempre tem que ajeitar.
Começou assim o diálogo da menina de laço, que tinha previsão para não acabar. Durante três anos e duas noites eles passaram se questionando. Era muito tempo e pouco plano para os laços gastos da menina que só queria sonhar.
- Você nunca quis o que eu queria. Sempre disse que não sabia. Você nunca soube o que queria. Agora você quer me culpar?
O menino de óculos e havaianas tinha mudado seus planos. Parece que era tarde relembrar as vez que hastes e laços se enroscaram. Ele agora queria esquecer.
- Olha bem ! Se continuar assim minhas caixinhas e botões eu jamais te mostrarei. Eles vão para bem longe, mesmo não sendo assim o meu desejo, onde você não achara.
- Leve elas para onde entender. Você sabe a falta que eles vão me fazer, mas vai se lembrar de mim e das vezes que brincamos juntos. Como eu gostava de fazer a música da sua caixinha tocar e terminar brincando com os botões que sempre precisavam abotoar.
- Pede de uma vez! E eu arrumo o laço de novo. Eu faço um esforço e prometo que encero a madeira para parecer nova a caixinha e deixo os botões do jeito que você queria quando eu não quis te dar.
A última noite dos três anos e duas noites estavam prestes acabar e parecia que laço, hastes, havaianas e botões irão voltar. Ela chegou perto mais um pouco e disse que agora sabia o que queria e se isso poderia ajudar. Nessa hora é melhor nem mostrar o diálogo. Ele fez o esperado e terminou por falar o que queria. Os sonhos do laço continuariam vivos e os planos dos meninos de óculos e sapatos foram seguidos sem o seu par.

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