By Elisabete Ferreira
Que arrogância a minha. Intitulei essa foto como auto-retrato definitivo. Talvez por isso esteja em um momento de estagnação. Definitivo para quem? Definitivo de quem? Nada pode ser tomado como definitivo, principalmente agora. Agora que descobri que tenho que estar sempre apaixonada para poder produzir. Percebi ao reler textos datados que me fizeram bem e remeteram a uma fase que eu estava apaixonada. É da minha natureza ter de estar apaixonada para produzir. Mas podemos trabalhar dura para nos apaixonar. Aliás, devemos trabalhar duro para nos apaixonar. Trabalhar para lembrar de ouvir músicas todos os dias, principalmente aquelas que mexem com você. Trabalhar para levantar todo dia da cama, por mais difícil que pareça, por que só parece, nunca é realmente tão difícil, e ver as coisas que fazem abrir um sorriso sem explicação. Trabalhar para ser amável, mesmo quando a resposta é negativa, eu diria principalmente quando a resposta é negativa. Trabalhar para ser mais tolerante com o outro. Trabalhar para enxergar nos detalhes a diferença do todo. Trabalhar para ter paciência por que se trabalhar duro as coisas se ajeitam. Trabalhando desse jeito, não tem como não se apaixonar. Se apaixonar pela vida, pela música, pela rua, pela casa, pelo cachorro, pelo amigo, pelos pais, pela vida. Eu tenho que estar sempre apaixonada. A minha natureza é a paixão.
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